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Deficiência auditiva
Definições: Perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte: de 25 a 40 decibéis (db) – surdez leve; de 41 a 55 db – surdez moderada; de 56 a 70 db – surdez acentuada; de 71 a 90 db – surdez severa; acima de 91 db – surdez profunda; e anacusia.
Fonte: Decreto nº 3298/1999 Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes – ONU
Informações Básicas sobre Deficiência Auditiva
Deficiência auditiva é considerada genericamente como a diferença existente entre a performance do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI – 1989).
Zero audiométrico (0 dB N.A) refere-se aos valores de níveis de audição que correspondem à média de detecção de sons em várias freqüências, por exemplo: 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz, etc.
Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição).
Tipos de Deficiência Auditiva
- DEFICIÊNCIA AUDITIVA CONDUTIVA: Qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna (cóclea). A orelha interna tem capacidade de funcionamento normal mas não é estimulada pela vibração sonora. Esta estimulação poderá ocorrer com o aumento da intensidade do estímulo sonoro. A grande maioria das deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico.
- DEFICIÊNCIA AUDITIVA SENSÓRIO-NEURAL: Ocorre quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da cóclea ou do nervo auditivo. Os limiares por condução óssea e por condução aérea, alterados, são aproximadamente iguais. A diferenciação entre as lesões das células ciliadas da cóclea e do nervo auditivo só pode ser feita através de métodos especiais de avaliação auditiva. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível.
- DEFICIÊNCIA AUDITIVA MISTA: Ocorre quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea.
- DEFICIÊNCIA AUDITIVA CENTRAL, DISFUNÇÃO AUDITIVA CENTRAL OU SURDEZ CENTRAL: Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos mecanismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (Sistema Nervoso Central).
Graus de Severidade da Deficiência Auditiva
Os níveis de limiares utilizados para caracterizar os graus de severidade da deficiência auditiva podem ter algumas variações entre os diferentes autores. Segundo critério de Davis e Silverman, 1966:
- Audição Normal – Limiares entre 0 a 24 dB nível de audição.
- Deficiência Auditiva Leve – Limiares entre 25 a 40 dB nível de audição.
- Deficiência Auditiva Moderna – Limiares entre 41 e 70 dB nível de audição.
- Deficiência Auditiva Severa – Limiares entre 71 e 90 dB nível de audição.
- Deficiência Auditiva Profunda – Limiares acima de 90 dB.
Indivíduos com níveis de perda auditiva leve, moderada e severa são mais freqüentemente chamados de deficientes auditivos, enquanto os indivíduos com níveis de perda auditiva profunda são chamados surdos.
Causas da Deficiência Auditiva Condutiva
- Cerume ou corpos estranhos do conduto auditivo externo.
- Otite externa: infecção bacteriana da pele do conduto auditivo externo.
- Otite média: processo infeccioso e/ou inflamatório da orelha média, que divide-se em: otite média secretora; otite média aguda; otite média crônica supurada e otite média crônica colesteatomatosa.
- Estenose ou atresia do conduto auditivo externo (redução de calibre ou ausência do conduto auditivo externo). Atresia é geralmente uma malformação congênita e a estenose pode ser congênita ou ocorrer por trauma, agressão cirúrgica ou infecções graves.
- Miringite Bolhosa (termo miringite refere-se a inflamação da membrana timpânica). Acúmulo de fluido entre as camadas da membrana timpânica, em geral associado a infecções das vias respiratórias superiores.
- Perfurações da membrana timpânica: podem ocorrer por traumas externos, variações bruscas da pressão atmosférica ou otite média crônica supurada. A perda auditiva decorre de alterações da vibração da membrana timpânica. É variável de acordo com a extensão e localização da perfuração.
- Obstrução da tuba auditiva.
- Fissuras Palatinas.
- Otosclerose.
Causas da Deficiência Auditiva Sensório-Neural
Causas pré-natais
- de origem hereditárias (surdez herdada monogênica, que pode ser uma surdez isolada da orelha interna por mecanismo recessivo ou dominante ou uma síndrome com surdez); e uma surdez associada a aberrações cromossômicas.
- de origem não hereditárias (causas exógenas), que podem ser: Infecções maternas por rubéola, citomegalovírus, sífilis, herpes, toxoplasmose. Drogas ototóxicas e outras, alcoolismo materno
Irradiações, por exemplo Raios X. Toxemia, diabetes e outras doenças maternais graves.
Causas perinatais
- Prematuridade e/ou baixo peso ao nascimento
- Trauma de Parto – Fator traumático / Fator anóxico
- Doença hemolítica do recém-nascido ( ictericia grave do recém-nascido)
Causas pós-natais
- Infecções – meningite, encefalite, parotidite epidêmica (caxumba), sarampo
- Drogas ototóxicas
- Perda auditiva induzida por ruído (PAIR)
- Traumas físicos que afetam o osso temporal
Dados Estatísticos
Estima-se que 42 milhões de pessoas acima de 3 anos de idade são portadoras de algum tipo de deficiência auditiva, de moderada a profunda (OMS). Há expectativa que o número de perdas auditivas na população mundial chegue a 57 milhões no ano 2000.
Aproximadamente 0,1% das crianças nascem com deficiência auditiva severa e profunda (Northern e Downs, 1991). Este tipo de deficiência auditiva é suficientemente severa para impedir a aquisição normal da linguagem através do sentido da audição
Mais de 4% das crianças consideradas de alto risco são diagnosticadas como portadoras de deficiência auditiva de graus moderado a profundo (ASHA)1
Aproximadamente 90% das crianças portadoras de deficiência auditiva de graus severo e profundo são filhos de pais ouvintes (Northern e Downs, 1991)2
Nos Estados Unidos pesquisas indicam que a prevalência de deficiências auditivas sensorioneurais é de 5,95 para cada 1000 nascidos vivos e nas deficiências auditivas por alterações do ouvido médio é de 20 para cada 1000 nascidos vivos
Segundo a O.M.S. (1994)3 estima-se que 1,5% da população brasileira, ou seja, cerca de 2.250.000 habitantes são portadores de deficiência auditiva, estando esta em terceiro lugar entre todas as deficiências do país
Aproximadamente 1.053.000 de crianças abaixo de 18 anos têm algum grau de deficiência auditiva, com índice de prevalência de 16,1 por 1000 (Bess e Humes 1995)
Fatores de Risco
Alguns fatores que podem causar deficiência auditiva são:
- Antecedentes familiares de deficiência auditiva, levantando-se se há consangüinidade entre os pais e/ou hereditariedade.
- Infecções congênitas suspeitadas ou confirmadas através de exame sorológico e/ou clínico (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e sífilis)
- Peso no nascimento inferior a 1500g e/ou crianças pequenas para a idade gestacional (PIG)
- Asfixia severa no nascimento, com Apgar entre 0-4 no primeiro minuto e 0-6 no quinto minuto.
- Hiperbilirrubinemia com índices que indiquem exanguíneo transfusão.
- Ventilação mecânica por mais de dez dias
- Alterações crânio-faciais, incluindo as síndromes que tenham como uma de suas características a deficiência auditiva.
- Meningite, principalmente a bacteriana.
- Uso de drogas ototóxicas por mais de cinco dias.
- Permanência em incubadora por mais de sete dias.
- Alcoolismo ou uso de drogas pelos pais, antes e durante a gestação.
Identificação e Diagnóstico
O diagnóstico das deficiências de audição é realizado a partir da avaliação médica e audiológica. Em geral a primeira suspeita quanto à existência de uma alteração auditiva em crianças muito pequenas é feita pela própria família a partir da observação da ausência de reações a sons, comportamento diferente do usual (a criança que é muito quieta, dorme muito e em qualquer ambiente, não se assusta com sons intensos) e, um pouco mais velha, não desenvolve linguagem. A busca pelo diagnóstico também poderá ser originada a partir dos programas de prevenção das deficiências auditivas na infância como o registro de fatores de risco e triagens auditivas.
O profissional de saúde procurado em primeiro lugar é geralmente o pediatra, o qual encaminhará a criança ao otorrinolaringologista, quando se iniciará o diagnóstico. Este profissional fará um histórico do caso, observará o comportamento auditivo e procederá o exame físico das estruturas do ouvido, nariz e das diferentes partes da faringe. O passo seguinte é o encaminhamento para a avaliação audiológica.
No caso de adultos, em geral a queixa de alteração auditiva é do próprio indivíduo, e, no caso de trabalhadores expostos a situações de risco para audição o encaminhamento poderá advir de programas de conservação de audição.
Fontes:
ASHA – American Speech and Hearing Association
Northern, J., Downs, m.p. (1991) Hearing in children (4th ed.) Baltimore Williams & Wilkins
OMS – Organização Mundial de Saúde
Bess, F. H. e Humes, L. E. (1995) Audiology: The Fundamentals. Baltimore Wi
Deficiência: verdades e mitos
A luta por uma sociedade inclusiva passa pela derrubada de mitos, preconceitos e inverdades que ainda permeiam a questão da deficiência
Verdades:
Deficiência não é doença;
Algumas crianças portadoras de deficiências podem necessitar escolas especiais;
As adaptações são recursos necessários para facilitar a integração dos educandos com necessidades especiais nas escolas;
Síndromes de origem genética não são contagiosas;
Deficiente mental não é louco.
Mitos:
- Todo surdo é mudo;
- Todo cego tem tendência à música;
- eficiência é sempre fruto de herança familiar;
- Existem remédios milagrosos que curam as deficiências;
- As pessoas com necessidades especiais são eternas crianças;
- Todo deficiente mental é dependente.
Dicas para quando você encontrar uma pessoa com deficiência
Segundo o CEDIPOD – Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência e a CORDE – Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, existem algumas dicas de comportamento.
Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do “diferente”.
Esse desconforto diminui e até desaparece quando há convivência entre pessoas deficientes e não deficientes.
Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real.
Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração.
Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa.
As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente.
Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.
A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela transforma a realização de algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer perguntas íntimas.
Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Espere sua oferta ser aceita, antes de ajudar. Pergunte a forma mais adequada para fazê-lo.
Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado, pois nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser melhor desenvolvida sem assistência.
Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos.
Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.
Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor.
Como auxiliar alguém com deficiência auditiva
- Fale claramente, de frente para a pessoa, tomando cuidado para deixar visível sua boca.
- Não grite, fale em tom de voz e velocidade normais, exceto se lhe pedirem para levantar a voz ou falar mais devagar.
- Fale com expressão. Estas pessoas não podem ouvir as mudanças sutis do tom da voz indicando sarcasmo ou seriedade. Mas elas saberão ler suas expressões faciais, gestos ou movimentos do seu corpo.
- Ao conversar, toque levemente seu braço para a pessoa perceber que você quer falar-lhe. Mantenha o contato visual. Do contrário, a pessoa pensará que a conversa acabou.
- Se você não entender o que um surdo quer lhe dizer, peça para que ele repita. Se mesmo assim você não o entender, peça para que ele escreva o que deseja.
- Se um surdo estiver acompanhado de intérprete, fale diretamente ao surdo, nunca ao intérprete.
- Utilize linguagem de sinais, avisos visuais e, se for exibir um filme, opte por filmes legendados ou providencie um resumo do filme.
- Não cruze ou ande entre duas pessoas conversando em linguagem de sinais, isto atrapalha ou impede a conversa.
LEGISLAÇÃO E DECRETOS
Embora muitos sequer saibam, desde janeiro de 1991 a Lei Federal 8.160 obriga que o “Símbolo Internacional de Surdez” esteja visível em todos os locais que possibilitem acesso, circulação e utilização de pessoas portadoras de deficiência auditiva, além dos serviços que forem postos à sua disposição ou que possibilitem o seu uso.
E, como estamos falando de Brasil, a lei, assim como tantas outras, é descaradamente descumprida não só pelos órgãos responsáveis assim como por muitos condutores.
Mais informações:
http://carplace.virgula.uol.com.br/cidadania-identificacao-visual-para-veiculos-conduzidos-por-deficientes-auditivos/
Lei de deficiência auditiva/pessoa surda
DEFICIÊNCIA AUDITIVA – LÍNGUA
LEI Nº 11.796/29.10.2008 – Dia Nacional dos Surdos
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002
Deficiência física
Definições: Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.
Fonte: Decreto nº 3298/1999 Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes – ONU
Informações Básicas Sobre Deficiência Física
A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema ósteo-articular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida.
Tipos
- Lesão cerebral (paralisia cerebral, hemiplegias)
- Lesão medular (tetraplegias, paraplegias)
- Miopatias (distrofias musculares)
- Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica)
- Lesões nervosas periféricas
- Amputações
- Seqüelas de politraumatismos
- Malformações congênitas
- Distúrbios posturais da coluna
- Seqüelas de patologias da coluna
- Distúrbios dolorosos da coluna vertebral e das articulações dos membros
- Artropatias
- Reumatismos inflamatórios da coluna e das articulações
- Lesões por esforços repetitivos (L.E.R.)
- Seqüelas de queimaduras
Dados Estatísticos
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que, em tempos de paz, 10% da população de países desenvolvidos são constituídos de pessoas com algum tipo de deficiência. Para os países em vias de desenvolvimento estima-se de 12 a 15%.
Destes, 20% seriam portadores de deficiência física. Considerando-se o total dos portadores de qualquer deficiência, apenas 2% deles recebem atendimento especializado, público ou privado. (Ministério da Saúde – Coordenação de Atenção a Grupos Especiais, 1995).
Causas
Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição; materna; rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição; outras.
Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral e outras.
Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca; acidentes de trânsito; mergulho em águas rasas. Traumatismos diretos; quedas; processos infecciosos; processos degenerativos e outros.
Amputações: causas vasculares; traumas; malformações congênitas; causas metabólicas e outras.
Mal formações congênitas: por exposição à radiação; uso de drogas; causas desconhecidas.
Artropatias: por processos inflamatórios; processos degenerativos; alterações biomecânicas; hemofilia; distúrbios metabólicos e outros.
Fatores de Risco
- Violência urbana
- Acidentes desportivos
- Acidentes de trabalho
- Tabagismo
- Maus hábitos alimentares
- Uso de drogas
- Sedentarismo
- Epidemias/ endemias
- Agentes tóxicos
- Falta de saneamento básico
Identificação
Observação quanto ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê (não firmar a cabeça, não sentar, não falar, no tempo esperado).
Atenção para perda ou alterações dos movimentos, da força muscular ou da sensibilidade para membros superiores ou membros inferiores.
Identificação de erros inatos do metabolismo.
Identificação de doenças infecto-contagiosas e crônico-degenerativas.
Controle de gestação de alto-risco.
A Identificação precoce pela família seguida de exame clínico especializado favorecem a prevenção primária e secundária e o agravamento do quadro de incapacidade.
Exames Para Ter Um Diagnóstico Correto
- Barositometria (Lesados Medulares)
- Avaliações Complementares por Especialidades Afins
- Avaliação Isocinética
- Eletroneuromiografia
- Potencial Evocado
- Urodinâmica
- Ergoespirometria
- Baropodometria
- Avaliação Clínica Fisiátrica
- Teste de Propriocepção – Reactor
- Avaliações Complementares por Equipe Multiprofissional
- Laboratório de Análise Tridimensional do Movimento
Deficiência: verdades e mitos
A luta por uma sociedade inclusiva passa pela derrubada de mitos, preconceitos e inverdades que ainda permeiam a questão da deficiência.
Verdades
- Deficiência não é doença;
- Algumas crianças portadoras de deficiências podem necessitar escolas especiais;
- As adaptações são recursos necessários para facilitar a integração dos educandos com necessidades especiais nas escolas;
- Síndromes de origem genética não são contagiosas;
- Deficiente mental não é louco.
Mitos
- Todo surdo é mudo;
- Todo cego tem tendência à música;
- Deficiência é sempre fruto de herança familiar;
- Existem remédios milagrosos que curam as deficiências;
- As pessoas com necessidades especiais são eternas crianças;
- Todo deficiente mental é dependente.
Dicas
Segundo o CEDIPOD – Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência e a CORDE – Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, existem algumas dicas de comportamento.
Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do “diferente”.
Esse desconforto diminui e até desaparece quando há convivência entre pessoas deficientes e não deficientes.
Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real.
Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração.
Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa.
As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente.
Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.
A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela transforma a realização de algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer perguntas íntimas.
Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Espere sua oferta ser aceita, antes de ajudar. Pergunte a forma mais adequada para fazê-lo.
Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado, pois nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser melhor desenvolvida sem assistência.
Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos.
Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.
Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falha.
Como auxiliar alguém que usa cadeira de rodas
- Ajuda aceita, deixe que a pessoa diga como auxiliá-la.
- Não se apóie na cadeira de rodas. Ela é como uma extensão do corpo da pessoa deficiente.
- Não receie em falar as palavras “andar” ou “correr”, pois estas pessoas também usam estas palavras.
- Escolha o caminho, se possível, sem barreiras arquitetônicas.
- Numa conversa demorada, sente-se de modo a ficar no mesmo nível do olhar da pessoa.
- Ao descer uma rampa inclinada demais, ou degraus, prefira o deslocamento em “marcha a ré”, para evitar que a pessoa perca o equilíbrio e caia para frente.
Como auxiliar alguém que usa muletas
Acompanhe o ritmo de seus passos.
Tome cuidado para não esbarrar em suas muletas.
Deixe as muletas sempre ao alcance das mãos da pessoa deficiente.
Deficiência intelectual
Definições: Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.
Fonte: Decreto nº 3298/1999 Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes – ONU
Informações básicas sobre Deficiência Intelectual
Deficiência Mental – funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilização dos recursos da comunidade; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004)
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer; e
h) trabalho;
V) deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.
Tipos
Os indivíduos portadores de deficiência mental não são afetados da mesma forma, assim, dependendo do grau de comprometimento. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 1976, essas pessoas eram classificadas como portadoras de deficiência mental leve, moderada, severa e profunda.
Contudo, atualmente, tende-se a não enquadrar previamente a pessoa com deficiência mental em uma categoria baseada em generalizações de comportamentos esperados para a faixa etária.
O nível de desenvolvimento a ser alcançado pelo indivíduo irá depender não só do grau de comprometimento da deficiência mental, mas também da sua história de vida, particularmente, do apoio familiar e das oportunidades vivificadas.
Causas e fatores de risco
São inúmeras as causas e os fatores de risco que podem levar à instalação da deficiência mental.
É importante ressaltar entretanto, que muitas vezes, mesmo utilizando sofisticados recursos diagnósticos, não se chega a definir com clareza a etiologia ( causa ) da deficiência mental.
A) Fatores de Risco e Causas Pré Natais: são aqueles que vão incidir desde a concepção até o início do trabalho de parto, e podem ser:
- Desnutrição materna.
- Má assistência à gestante.
- Doenças infecciosas: sífilis, rubéola, toxoplasmose, ( medicamentos teratogênicos ), poluição ambiental, tabagismo.
- Genéticos: alterações cromossômicas ( numéricas ou estruturais ), ex: Síndrome de Down, Síndrome de Matin Bell, alterações gênicas, ex: erros inatos do metabolismo ( fenilcetonúria ), Síndrome de Williams, esclerose tuberosa, etc.
B) Fatores de Risco e Causas Periantos: os que vão incidir do início do trabalho de parto até o 30° dia de vida do bebê, e podem ser divididos em:
- Má assistência ao parto e traumas de parto.
- Hipóxia ou anóxia ( oxigenação cerebral insuficiente ).
- Prematuridade e baixo peso 9 PIG – Pequeno para idade Gestacional ).
- Icterícia grave do recém nascido – Kernicterus ( incompatibilidade RH/ABO ).
C) Fatores de Risco e Causas Pós Natais: os que vão incidir do 30° dia de vida
até o final da adolescência e podem ser:
- Desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global.
- Infecções: meningoencefalites, sarampo, etc.
- Intoxicações exógenas ( envenenamento ): remédios, inseticidas, produtos químicos ( chumbo, mercúrio, etc ).
- Acidentes: trânsito, afogamento, choque elétrico, asfixia, quedas, etc.
- Infestações: neurocisticircose ( larva da Taenia Solium ).
Identificação
Atraso no desenvolvimento neuro-psicomotor ( a criança demora para firmar a cabeça, sentar, andar, falar ).
Dificuldade no aprendizado ( dificuldade de compreensão de normas e ordens, dificuldade no aprendizado escolar ).
É preciso que haja vários sinais para que se suspeite de deficiência mental. Um único aspecto não pode ser considerado como indicativo de qualquer deficiência.
Diagnóstico
Sempre que possível o diagnóstico da deficiência mental deve ser feito por uma equipe multiprofissional, composta pelo menos de um assistente social, um médico e um psicólogo.
Tais profissionais atuando em equipe, tem condições de avaliar o indivíduo em sua totalidade, ou seja, o assistente social através do estudo e diagnóstico familiar ( dinâmica de relações, situação do deficiente na família, aspectos de aceitação ou não das dificuldades da pessoa, etc ). Analisará os aspectos sócio culturais; o médico através da anamnese acurada e exame físico ( recorrendo a avaliações laboratoriais ou de outras especialidades, sempre que necessário ) analisará os aspectos biológicos e finalmente o psicológicos e nível de deficiência mental.
Posteriormente, em reunião, todos os aspectos devem ser discutido em conjunto pelos profissionais que atenderem o caso, para as conclusões finais e diagnóstico global, bem como para a definição das condutas a serem tomadas e encaminhamentos necessários, sendo então a família chamada para as orientações devolutivas e encaminhamentos adequados.
Acreditamos que com essa sistemática de trabalho em equipe, é bem mais fácil a orientação da família que, após entender as potencialidades do filho e suas necessidades poderá participar e cooperar nos tratamentos propostos. A participação familiar é fundamental no processo de atendimento à pessoa com deficiência mental.
O diagnóstico de deficiência mental é muitas vezes difícil. Numerosos fatores emocionais, alterações de certas atividades nervosas superiores, como retardo específico de linguagem ou dislexia, psicoses ou baixo nível sócio econômico ou cultural podem estar na base da impossibilidade do ajustamento social adaptativo adequado, sem que haja necessariamente deficiência mental. Estes fatores devem ser levados em conta e portanto adequadamente diagnosticados quando uma criança suspeita de ter uma deficiência mental é submetida à avaliação de sua capacidade intelectual permitindo a avaliação das possibilidades de inserção social da criança e orientando a abordagem terapêutica e educacional.
Prognóstico
Todo o investimento em programas de estimulação precoce, pedagogia e ocupacionais(profissionalizantes ou não) visa sempre o pleno desenvolvimento do potencial apresentado pelo indivíduo e a inserção social do mesmo a sua comunidade. Quanto maior for a integração social da pessoa tanto maiores serão as suas oportunidades de aceitação e inclusão na sociedade.
Como auxiliar alguém com Deficiência Mental
Cumprimente-a normalmente. Geralmente, uma pessoa com deficiência mental é carinhosa, disposta e comunicativa.
Expresse alegria ao encontrá-la, dê-lhe atenção e mantenha a conversa até onde for possível.
Evite a superproteção, seja a pessoa uma criança, um jovem, adulto ou idoso. Ajude-a somente quando for necessário.
A deficiência mental não é uma doença. Pode ser conseqüência de alguma doença, por isso não utilize palavras pejorativas.
Quando necessário, busque mais informações junto a associações ou entidades especializadas.
Deficiência Múltipla
Definições: Associação de duas ou mais deficiências.
Fonte: Decreto nº 3298/1999 Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes – ONU
Informações básicas sobre Deficiência Múltipla
A) Surdocegueira é uma deficiência única que apresenta a perda da audição e visão de tal forma que a combinação das duas deficiências impossibilita o uso dos sentidos de distância, cria necessidades especiais de comunicação, causa extrema dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, recreativas, sociais, para acessar informações e compreender o mundo que o cerca.
B) Múltipla deficiência sensorial é a deficiência auditiva ou a deficiência visual associada a outras deficiências (mental e/ou física), como também a distúrbios (neurológico, emocional, linguagem e desenvolvimento global) que causam atraso no desenvolvimento educacional, vocacional, social e emocional, dificultando a sua auto-suficiência.
Tipos
Surdocegueira:
- Cegueira congênita e surdez adquirida
- Surdez congênita e cegueira adquirida
- Cegueira e surdez congênita
- Cegueira e surdez adquirida
- Baixa visão com surdez congênita ou adquirida
Múltipla deficiência sensorial:
- Surdez com deficiência mental leve ou severa
- Surdez com distúrbios neurológicos, de conduta e emocionais
- Surdez com deficiência física (leve ou severa)
- Baixa visão com deficiência mental leve ou severa
- Baixa visão com distúrbios neurológicos, emocionais e de linguagem e conduta
- Baixa visão com deficiência física (leve ou severa)
- Cegueira com deficiência física (leve ou severa)
- Cegueira com deficiência mental (leve ou severa)
- Cegueira com distúrbios emocionais, neurológicos, conduta e linguagem
Dados Estatísticos
É muito difícil precisar números exatos. A razão principal é que a surdocegueira e a múltipla deficiência sensorial, em geral, ocorrem em conjunto com outras deficiências mascarando a deficiência sensorial. Sendo assim, o Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial realizará um censo para mensurar o número exato de surdocegos e múltiplos deficientes sensoriais no Brasil.
Causas
SÍNDROMES:
- Icterícia
- Otite média crônica
- Citomegalovirus
- Falta de oxigênio
- Sarampo
- Traumatismos (acidentes)
- Glaucoma
- Medicação teratogênica
- Retinose pigmentar
- Tumor cerebral
- Toxoplasmose
- Prematuridade
- Meningite
- Medicação ototóxica
- Hidro e microcefalia
Fator rh
- Caxumba
- Rubéola materna
- Pierre Robin
- Charge
- Kearns-Lavre
- Alstrom
- Sífilis congênita
- West
- Bardet-Bredl’s
- Lenox Gausteaux
- Goldenhar
- Hallgren
- Flynn-Aird
- Cockayne
- Amaurose de Leber
- Usher
- Catarata
- Casamentos consangüíneos
Fatores de Risco
- Epidemias de doenças como rubéola, sarampo, meningite
- Infecções hospitalares
- Falta de saneamento básico
- Doenças venéreas
- Gravidez de risco
Identificação
- Pode apresentar movimentos estereotipados e repetitivos
- Não antecipa as atividades
- Não demonstra saber as funções dos objetos ou brinquedos, utilizando-os de maneira inadequada
- Pode rir e chorar sem causa aparente
- Pode apresentar resistência ao contato físico
- Empurra o olho, provocando sensações
- Movimenta os dedos e as mãos em frente aos olhos
- Não se comunica de maneira convencional
- Pode apresentar distúrbio de sono
- Não explora o ambiente de maneira adequada
- Tropeça muito e bate nos móveis, objetos e etc
- Gosta de ficar em locais com luminosidade
- Pode não reagir a sons
Exames para ter um diagnóstico correto
- Exames laboratoriais: Avaliações genéticas
- Exames médicos: (neurológico, visão, audição e físico)
- Diagnóstico diferencial
Deficiência: verdades e mitos
A luta por uma sociedade inclusiva passa pela derrubada de mitos, preconceitos e inverdades que ainda permeiam a questão da deficiência.
Verdades
- Deficiência não é doença;
- Algumas crianças portadoras de deficiências podem necessitar escolas especiais;
- As adaptações são recursos necessários para facilitar a integração dos educandos com necessidades especiais nas escolas;
- Síndromes de origem genética não são contagiosas;
- Deficiente mental não é louco.
Mitos
- Todo surdo é mudo;
- Todo cego tem tendência à música;
- Deficiência é sempre fruto de herança familiar;
- Existem remédios milagrosos que curam as deficiências;
- As pessoas com necessidades especiais são eternas crianças;
- Todo deficiente mental é dependente.
Dicas
Segundo o CEDIPOD – Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência e a CORDE – Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, existem algumas dicas de comportamento.
Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do “diferente”.
Esse desconforto diminui e até desaparece quando há convivência entre pessoas deficientes e não deficientes.
Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real.
Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração.
Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa.
As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente.
Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.
A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela transforma a realização de algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer perguntas íntimas.
Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Espere sua oferta ser aceita, antes de ajudar. Pergunte a forma mais adequada para fazê-lo.
Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado, pois nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser melhor desenvolvida sem assistência.
Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos.
Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.
Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falha.
Deficiência Visual
Definições: Acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações.
Fonte: Decreto nº 3298/1999 Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes – ONU
Informações básicas sobre Deficiência Visual
O termo deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de óculos convencionais. A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que compõem o grupo de visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da resposta visual (cegueira).
Segundo a OMS (Bangkok, 1992), o indivíduo com baixa visão ou visão subnormal é aquele que apresenta diminuição das suas respostas visuais, mesmo após tratamento e/ou correção óptica convencional, e uma acuidade visual menor que 6/18 à percepção de luz, ou um campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação, mas que usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para o planejamento e/ou execução de uma tarefa.
Classificação
Há vários tipos de classificação. De acordo com a intensidade da deficiência, temos a deficiência visual leve, moderada, profunda, severa e perda total da visão. De acordo com comprometimento de campo visual, temos o comprometimento central, periférico e sem alteração. De acordo com a idade de início, a deficiência pode ser congênita ou adquirida. Se está associada a outro tipo, como surdez, por exemplo, a deficiência pode ser múltipla ou não.
Dados Estatísticos
Segundo a OMS-Organização Mundial de Saúde, cerca de 1% da população mundial apresenta algum grau de deficiência visual. Mais de 90% encontram-se nos países em desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, a população com deficiência visual é composta por cerca de 5% de crianças, enquanto os idosos são 75% desse contingente. Dados oficiais de cada país não estão disponíveis.
Causas
De maneira genérica, podemos considerar que nos países em desenvolvimento as principais causas são infecciosas, nutricionais, traumáticas e causadas por doenças como as cataratas. Nos países desenvolvidos são mais importantes as causas genéticas e degenerativas. As causas podem ser divididas também em: congênitas ou adquiridas.
A) Causas congênitas: amaurose congênita de Leber, malformações oculares, glaucoma congênito, catarata congênita.
B) Causas adquiridas: traumas oculares, catarata, degeneração senil de mácula, glaucoma, alterações retinianas relacionadas à hipertensão arterial ou diabetes.
Fatores de Risco
- Histórico familiar de deficiência visual por doenças de caráter hereditário: por exemplo glaucoma.
- Histórico pessoal de diabetes, hipertensão arterial e outras doenças sistêmicas que podem levar a comprometimento visual, por exemplo: esclerose múltipla.
- Senilidade, por exemplo: catarata, degeneração senil de mácula.
- Não realização de cuidados pré-natais e prematuridade.
- Não utilização de óculos de proteção durante a realização de determinadas tarefas (por exemplo durante o uso de solda elétrica).
- Não imunização contra rubéola da população feminina em idade reprodutiva, o que pode levar a uma maior chance de rubéola congênita e conseqüente acometimento visual.
Identificação
Alguns sinais característicos da presença da deficiência visual na criança são desvio de um dos olhos, não seguimento visual de objetos, não reconhecimento visual de familiares, baixa aproveitamento escolar, atraso de desenvolvimento. No adulto, pode ser o borramento súbito ou paulatino da visão. Em ambos os casos, são vermelhidão, mancha branca nos olhos, dor, lacrimejamento, flashes, retração do campo de visão que pode provocar esbarrões e tropeços em móveis.
Em todos os casos, deve ser realizada avaliação oftalmológica para diagnóstico do processo e possíveis tratamentos, em caráter de urgência.
Diagnóstico
Obtido através do exame realizado pelo oftalmologista que pode lançar mão de exames subsidiários. Nos casos em que a deficiência visual está caracterizada, deve ser realizada avaliação por oftatmologista especializado em baixa visão, que fará a indicação de auxílios ópticos especiais e orientará a sua adaptação.
Deficiência: verdades e mitos
A luta por uma sociedade inclusiva passa pela derrubada de mitos, preconceitos e inverdades que ainda permeiam a questão da deficiência.
Verdades
- Deficiência não é doença;
- Algumas crianças portadoras de deficiências podem necessitar escolas especiais;
- As adaptações são recursos necessários para facilitar a integração dos educandos com necessidades especiais nas escolas;
- Síndromes de origem genética não são contagiosas;
- Deficiente mental não é louco.
Mitos
- Todo surdo é mudo;
- Todo cego tem tendência à música;
- Deficiência é sempre fruto de herança familiar;
- Existem remédios milagrosos que curam as deficiências;
- As pessoas com necessidades especiais são eternas crianças;
- Todo deficiente mental é dependente.
Dicas
Segundo o CEDIPOD – Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência e a CORDE – Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, existem algumas dicas de comportamento.
Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do “diferente”.
Esse desconforto diminui e até desaparece quando há convivência entre pessoas deficientes e não deficientes.
Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real.
Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração.
Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa.
As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente.
Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.
A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela transforma a realização de algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer perguntas íntimas.
Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Espere sua oferta ser aceita, antes de ajudar. Pergunte a forma mais adequada para fazê-lo.
Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado, pois nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser melhor desenvolvida sem assistência.
Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos.
Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.
Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falha.